Estou pirando! Sério, estou pirando mesmo. Pra ter uma idéia, estou conseguindo tratar mal a pessoa que mais me importa hoje em dia. Por quê? Porque sou uma idiota, talvez.

Eu posso dar a desculpa de meus altos e baixos costumeiros. Sim, é uma boa desculpa, mas já a usei demais. Afinal, para se ter altos e baixos deve-se ter um motivo, certo?

Posso dizer que é a maldita pressão do cursinho. E olha, esse é um motivo que com certeza tem acabado com cada pedaço são meu nos últimos tempos. Ao mesmo tempo que ainda faltam uns seis meses – o que pode ser considerado um tempo grande até – as semanas passam com uma velocidade tão grande que não vou me surpreender se eu acordar amanhã e for o dia de ir fazer a prova da Fuvest. Dá pra entender isso? Cara, é muita aula, é muita matéria, tudo acumula e eu estou ficando maluca! Não consigo dar meu máximo e o pouco que consigo já é com um grande esforço. Por que isso? Como eu disse, sou uma idiota, talvez.

Ainda assim, posso dar essa desculpa para tratar mal alguém que me é tão importante? Não, isso não é o bastante. Acho que, na verdade, nada é o bastante. Então, chegamos à conclusão que eu sou uma idiota, com toda certeza!

As poucas horas que consigo desanuviar a cabeça é quando saio com o pessoal para os flash mobs, que estão se tornando a minha válvula de escape, já que o msn está me deixando mais maluca do que ajudando, ultimamente.

Pelo menos descobri o que farei. Engenharia. De computação, ou civil ou mecatrônica. Não é o que eu sempre sonhei, mas acho que o que eu sempre sonhei era simplesmente não ter que fazer nada, continuar naquela de viver a vida numa boa, com o dinheiro da minha mãe sempre na mão, só fazendo o que eu queria. Mas, é a vida, precisamos crescer mesmo que não queiramos. E aí está algo que eu não queria. Ficar mais velha.

Então, para a pessoa que ultimamente eu não venho agindo como agia antes, me desculpa. Sei lá, o medo de te perder, ou, não sei, que as coisas mudem, isso também me pira às vezes, sabe? E ao invés de eu tentar fazer tudo voltar a ser como era, acabo te maltratando e sendo fria e fazendo justamente o que eu não quero. Ridículo, eu sei. Novamente, me desculpa. Tenho a tendência de afastar as pessoas que mais me importam, mas não vou fazer isso. Lhe prometi uma vez e repito essa promessa. Afinal... Eu te amo.

Agora, um poema antigo, mas que serve para o momento.



Soneto da Dúvida - Natália NP - 20/05/2009

Como uma noite escura e sem estrelas

O caminho, sem volta, a trilha

Sem marcas, fechada, sem volta

Sem vida, sem fim, meio... Começo


Misterioso, no mar, e vazio e cheio

Até o fim, mergulhada...

Que fim? Que começo?

Onde? Quando? Como? Por que?


Desconhecidas, as perguntas, e intrigantes

Instigantes, incógnitas sem respostas

Como hoje, como ontem, como antes


O tempo... Nem ele, sabe, também

Todas as dúvidas responder...

Onde? Como? Quando? Por que?


Música da Vez: Best of You - Foo Fighters (http://www.youtube.com/watch?v=VgRAMUxk-_c)



A caixa – Natália NP – 11/05/2010

(favor ler ouvindo: [http://www.youtube.com/watch?v=R_kZmSwTsNQ] X-Ray Dog - From the Heart)

O sol brilhava naquele dia de verão. As pessoas saiam de suas casas com um ânimo renovado, provavelmente pelo calor e a diversão que os esperavam. Eram as férias, quando saiam para descontrair e curtir a vida... Mas nem todos.

A mulher abriu a porta do quarto escuro. As janelas fechadas e as cortinas escuras impediam com que a luz solar entrasse no cômodo. Acendeu a luz. Agora a pequena lâmpada fazia com que as formas antes disformes pudessem ser vislumbradas. O guarda roupa no canto direito, cheio de pôsteres de bandas de rock, algumas pichações a caneta. A cama logo à frente, ainda desarrumada, com uma roupa velha jogada em cima e de qualquer jeito.

Parecia que algum tipo de anestesia havia sido dado a ela, pois mal percebia enquanto andava pelo quarto, com os olhos vagando sem direção, passando de detalhe a detalhe, como se jamais tivesse realmente visto aquele lugar. Se soubesse... Se soubesse...

Parou em frente ao guarda roupa e o abriu. Como um robô, começava agora a pegar uma roupa de cada vez. A calça preta preferida. A camiseta que não desgrudava. A cueca da sorte. A camiseta do time do coração. Tudo o que tirava era colocado dentro de uma caixa. Esse ia se enchendo rapidamente, até que só o que restava eram algumas fotografias antigas perdidas no fundo do armário.

Neste momento, então, tudo caiu de uma vez sobre ela. Desabou na cama a chorar, as lágrimas vindo sem dificuldade a seus olhos, escorrendo pelo rosto. Porém, chorava baixo, mesmo que só ela estivesse na casa. Após o que poderiam ser apenas minutos – ou séculos – se levantou e pegou as fotografias, colocando-as dentro da caixa, sem olhá-las. Não suportaria...

Respirou fundo buscando forças onde nem sabia que existia e, por fim, fechou a caixa, deixando-a num canto qualquer do quarto. Saiu dali sem olhar para trás. Não havia volta.


Só explicando, coloquei a música no começo porque foi ouvindo-a que acabei pensando neste contexto. xD

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